Há cinco anos, a pandemia de covid-19 praticamente congelou as viagens corporativas. Céus vazios despertavam dúvidas sobre o futuro incerto do setor. Pois o futuro chegou, agora com público ainda mais exigente, seletivo e disposto a investir em uma jornada mais fluida e confortável. As companhias aéreas, por sua vez, ouviram o recado.
Antes ocupando um espaço entre a econômica e a primeira classe, a executiva ressurge completamente transformada. Embora ainda uma categoria de transição, ela está mais exclusiva, tecnológica e preparada para entregar uma experiência premium, do embarque ao desembarque.
Mas o que define, afinal, a chamada nova business? Para Italo Russo, CEO da W Premium Group, um dos principais operadores de salas VIP do país, a resposta está na integração de toda a jornada.
“A nova business vai além do assento confortável e do serviço de bordo eficiente. Hoje, ela representa uma experiência completa, que começa, aliás, antes do embarque e termina após o desembarque. Privacidade, personalização, conectividade contínua, design sofisticado e integração com serviços em solo, portanto, são indispensáveis”, explica.

Do conforto à curadoria
A transformação da classe executiva não foi apenas estética, mas conceitual. O foco deixou de ser apenas o conforto físico para abraçar uma experiência holística, que cuida do bem-estar do passageiro em todas as frentes, como explica Russo.
“A classe executiva evoluiu para atender a um público mais exigente e mais diverso. Deixou de ser apenas sinônimo de conforto para se tornar sinônimo de experiência. Hoje, falamos de curadoria gastronômica, bem-estar durante o voo, integração com serviços premium em terra e, principalmente, personalização. O luxo silencioso, que respeita o tempo e o espaço do passageiro, passou a ser o verdadeiro diferencial.”
Exemplo é a United Airlines, que revelou em maio suas novas suítes de classe executiva, a United Polaris Studio. Quem também inova é a Qatar Airways e sua Qsuite, coroada em 2025 como a “Melhor Classe Executiva do Mundo” pela consultoria britânica Skytrax. Ambas oferecem serviços, tanto a bordo quanto em solo, antes restritos à primeira classe.

Outras, como a ANA All Nippon Airways e a Singapore Airlines, que também figuram no topo do ranking da Skytrax, investem em assentos que se transformam em camas perfeitamente planas, menus assinados por chefs estrelados e uma atenção aos detalhes sem precedentes.
Em cabines mais modernas, assentos aparecem em configuração 1-2-1, onde todos os passageiros têm acesso direto ao corredor. O que não pode faltar, segundo Russo, é uma visão que integre forma e função de maneira impecável.
“As principais tendências giram em torno da privacidade, com suítes individuais; tecnologia integrada, como controle total via aplicativo; iluminação circadiana; materiais nobres com identidade local; e espaços que permitam trabalhar e descansar com o mesmo nível de excelência. O design hoje precisa ser funcional, imersivo e sensorial.”
A business virou a nova primeira classe?
Se antes a classe executiva era um reduto quase exclusivo de homens e mulheres de negócios, hoje a demografia é mais fluida e diversificada. A mudança de comportamento do consumidor de luxo, impactado pela crise mundial do setor, refletiu diretamente no setor aéreo (e seus tíquetes business).
A executiva se tornou a nova primeira classe? Para Italo Russo, o cenário é mais complexo.
O que existe hoje é um uma business com mais viajantes high-end do lazer, casais e famílias que valorizam o tempo e escolhem pagar por uma experiência sem fricções. Há ainda um novo consumidor, que prioriza o luxo, mas com viés mais consciente, autenticidade e sustentabilidade em vez de ostentação.

“Embora a business tenha evoluído e, em muitos casos, assumido o papel que era antes da primeira classe, o cenário é mais diverso. A primeira classe continua em alta em companhias que atendem um público extremamente exigente, por exemplo, que valoriza tempo, privacidade e exclusividade em cada detalhe. Esse cuidado é um diferencial – e mostra que, para certos perfis, a primeira classe ainda tem um papel essencial no portfólio premium das companhias.”
A seguir, descubra quais são as companhias aéreas que se destacam na classe executiva em 2025 - e quanto custa, em média, voar em cada uma delas.
Qatar Airways
Reconhecida como líder mundial na aviação de luxo, a Qatar Airways mantém sua posição de destaque com a premiada Qsuite. Com portas deslizantes e layout flexível, a companhia lança destaque sobre a privacidade, com configurações de cabine que vão de cama de casal a espaço colaborativo para reuniões a bordo.

Os passageiros desfrutam de refeições no momento em que desejarem, com um menu criado por chefs renomados, e, para completar, recebem amenities da sofisticada casa francesa Diptyque. Preço: R$ 21.000 a R$ 28.000, o trecho São Paulo/Doha.
Singapore Airlines
Ícone da aviação de alto padrão, a Singapore Airlines se destaca pela excelência de seu atendimento. Por isso mesmo, recebeu o prêmio de "Melhor Tripulação de Cabine do Mundo".

Seus assentos generosos proporcionam uma experiência de conforto incomparável, enquanto o serviço “Book the Cook” permite aos passageiros escolherem com antecedência pratos de um cardápio personalizado. Preço: R$ 38.000 a R$ 44.000, o trecho São Paulo/Singapura.
Cathay Pacific Airways
A Cathay Pacific ressurge como referência no luxo aéreo com a sofisticada Aria Suite, presente nos seus Boeing 777-300ER. Equipadas com tecnologia de ponta, como uma tela 4K de 24" e conexão Bluetooth, as suítes também oferecem portas deslizantes e design elegante.

O serviço de bordo combina sabores ocidentais e asiáticos, com destaque para os kits da marca de luxo Bamford. Além disso, o lounge da Cathay em Hong Kong, é um espetáculo à parte, consolidando sua proposta de um serviço completo. Preço: R$ 26.000 a R$ 30.000, o trecho São Paulo/Hong Kong.
Air France
Elevando o charme do savoir-faire francês a novos patamares, a Air France introduz uma cabine executiva elegante com portas deslizantes, acabamentos em materiais nobres e um layout que alia sofisticação à funcionalidade. Os assentos da primeira fileira da Nouvelle Business Class oferecem espaço extra para os pés, criando uma experiência próxima à da primeira classe.

A gastronomia a bordo, aliás, é uma celebração da alta culinária francesa, com menus assinados por chefs estrelados e uma seleção premiada de vinhos, finalizada com amenities da marca Clarins. Preço: R$ 17.000 a R$ 21.000, o trecho São Paulo/Paris.
Japan Airlines (JAL)
Combinando tradição e inovação, a Japan Airlines apresenta sua nova suíte executiva nos Airbus A350-1000, com paredes altas e isolamento acústico que garantem privacidade total. O sistema de som embutido no encosto de cabeça, por exemplo, cria uma experiência imersiva.

A bordo, a JAL oferece menus refinados com pratos japoneses e opções a qualquer hora, além de garantir conforto com colchões premium da marca Airweave. Preço: R$ 19.000 a R$ 33.000, o trecho São Paulo/Tóquio.
All Nippon Airways
A All Nippon Airways reafirma sua reputação de inovação com o assento The Room, um verdadeiro marco em conforto e espaço. Com quase 90 cm de largura e portas altas, a ideia é assegurar privacidade total.

Além disso, a hospitalidade japonesa, o omotenashi, está presente, desde os refinados menus kaiseki até a roupa de cama de alto padrão da marca Nishikawa. Preço: US$ 5.000 a US$ 8.000, o trecho Nova York/Tóquio.
Hainan Airlines
A chinesa Hainan Airlines impressiona com uma classe executiva de primeira linha, presente em seus modernos Boeing 787-9. A configuração 1-2-1 com assentos reversos garante acesso ao corredor e camas planas confortáveis.

O serviço, porém, é o verdadeiro destaque: pijamas oferecidos em voos longos, gastronomia sem bandejas e um atendimento personalizado. Preço: até US$ 5.000, o trecho Boston/Haikou.
STARLUX Airlines
Em operação desde 2018, a taiwanesa STARLUX Airlines chega a 2025 como a sétima melhor classe executiva do mundo no ranking da Skytrax, deixando para trás, por exemplo, as prestigiadas Emirates e Lufthansa.

Em seus Airbus A350, a classe executiva combina design moderno, conforto absoluto e tecnologia inteligente. Os assentos viram camas totalmente planas, e o serviço de bordo impressiona pela atenção aos detalhes. Parcerias com restaurantes premiados elevam a gastronomia, enquanto o Wi-Fi gratuito e ilimitado é um diferencial. Preço: US$ 5.000 a US$ 8.000, o trecho Los Angeles/Taipei.
Bônus: United Airlines
A United Polaris Studio representa a nova e luxuosa classe executiva da United Airlines, com lançamento previsto para 2026 a bordo de suas aeronaves Boeing 787-9.

As suítes exclusivas oferecerão 25% mais espaço do que os assentos Polaris tradicionais, garantindo maior conforto e privacidade com a inclusão de portas deslizantes. Telas 4K de 27", a maior em uma companhia aérea dos EUA. Além disso, amuse-bouche com caviar Ossetra e champagne Laurent-Perrier, completam a experiência.
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