Visitar museus Ă© aprender a lidar constantemente com o FOMO (fear of missing out, na sigla em inglĂȘs), o medo de estar perdendo alguma coisa. Sentimento mais justificado, neste caso, quando se estĂĄ perdendo mesmo: seja uma exposição que nĂŁo fica em cartaz o bastante, uma ala que entra em reforma na sua vez de visitar, uma peça emprestada para outro lugar…
Naturalmente, o anĂșncio de novos museus (ou de expansĂŁo de instituiçÔes jĂĄ existentes) aumenta ainda mais essa sensação de estar por fora. O lado bom Ă© que nĂŁo precisa ter pressa para conhecer nenhum deles, uma vez que esses espaços ainda nem abriram e devem renovar seus acervos e mostras por dĂ©cadas – tempo mais que suficiente para se planejar.
O Seu Dinheiro foi atrĂĄs dos museus com abertura prevista atĂ© o final de 2025. Complementando a cena cultural de cidades efervescentes, estas instituiçÔes tĂȘm o potencial de se tornarem os prĂłximos “pontos turĂsticos obrigatĂłrios” de suas respectivas localidades.
à importante relembrar que as datas de inauguração estão sujeitas a mudanças. Alguns desses museus jå tiveram a abertura adiada em ocasiÔes anteriores. Por isso, é importante ficar atento aos comunicados oficiais.
Museo Casa Kahlo — Cidade do MĂ©xico, MĂ©xico
A artista Frida Kahlo serå homenageada através de um novo museu apelidado de Casa Roja, em contraposição ao jå tradicional e popular Casa Azul, fundado em 1958.
O Museo Casa Kahlo terĂĄ uma pegada mais intimista e promete levar os visitantes para uma imersĂŁo na infĂąncia e adolescĂȘncia da artista, expondo objetos, cartas manuscritas, documentos e fotografias mantidas pelos familiares na casa. AlĂ©m disso, serĂĄ tambĂ©m a primeira instituição comandada pelos prĂłprios parentes da mexicana.
Com o novo espaço, o bairro de Coyoacån reafirma-se como uma parada essencial para quem vai à cidade e quer rememorar o legado da pintora, jå que conta tanto com as casas quanto com eståtuas e murais dedicados à Kahlo.
A abertura estå prevista para 27 de setembro. Ainda não hå informaçÔes sobre preços dos ingressos. No Casa Azul, o valor da entrada é 320 pesos mexicanos (R$ 92).

Grand Egyptian Museum – Giza, Egito
Com inauguração prevista para o começo de julho, o novo grande museu do Egito foi obrigado a adiar a abertura oficial para o Ășltimo trimestre por conta dos conflitos geopolĂticos nas proximidades, notadamente entre Israel e IrĂŁ.
- Embora o Egito não esteja diretamente envolvido, a tensão faz com que muitos viajantes evitem a região, algo reconhecido pelo próprio ministério do turismo nacional.
A instituição jå estå funcionando em um esquema de soft opening, com visitas controladas e restritas a algumas das alas.
Uma das mais esperadas, porĂ©m, permanece fechada para fermentar a ansiedade. Trata-se das galerias de TutancĂąmon, com itens da coleção do faraĂł. As peças nĂŁo sĂŁo exatamente uma novidade, jĂĄ que estavam expostas no Museu EgĂpcio em Cairo. No entanto, hĂĄ uma forte expectativa sobre a forma como elas serĂŁo expostas no novo espaço.
Os ingressos custam 1270 libras egĂpcias (R$ 140) para estrangeiros e podem ser comprados no site oficial.
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Em prĂ©via antecipada, o jornal The Art Newspaper descreveu como serĂĄ a entrada no museu: “os visitantes subirĂŁo uma ampla rampa — onde se encontra o primeiro obelisco suspenso do mundo — em direção a uma entrada em forma de pirĂąmide, ladeada por hierĂłglifos. No vasto ĂĄtrio interior, ergue-se uma monumental estĂĄtua de RamsĂ©s II, com 3.200 anos, cercada por espelhos d’ĂĄgua rasos”.
O bÎnus é que o espaço fica logo ao lado das pirùmides de Gizé, facilitando bastante o roteiro cultural na cidade.
Zayed National Museum – Abu Dhabi, Emirados Ărabes Unidos
Uma construção futurista, que tenta propositalmente imitar as asas de um falcão, desenhada pelo renomado e premiado escritório britùnico Foster + Partners, desponta no distrito cultural de Saadiyat, em Abu Dhabi.
Trata-se do Zayed National Museum, novo museu-tributo para o fundador e primeiro presidente dos Emirados Ărabes Unidos, Zayed bin Sultan Al Nahyan.
A ideia da instituição Ă© rememorar a histĂłria e a cultura do paĂs, reunindo artefatos e antiguidades da regiĂŁo. Entre os itens mais impressionantes do acervo, estĂĄ uma ferramenta rudimentar de pedra de 300 mil anos de idade.
Do lado do Zayed, tambĂ©m no distrito cultural, as versĂ”es ĂĄrabes do Louvre e do Guggenheim protagonizam a cena artĂstica cada vez mais pujante dos Emirados Ărabes Unidos, que tambĂ©m terĂĄ o seu prĂłprio parque da Disney em breve.
A especulação é que o museu abra ainda em 2025. No entanto, ainda não hå confirmação oficial.
Dataland – Los Angeles, Estados Unidos
2025 tambĂ©m Ă© o ano que marca a inauguração do primeiro museu dedicado Ă arte feita com inteligĂȘncia artificial: o Dataland, em Los Angeles.
A iniciativa parte do Refik Anadol Studio, escritório que trabalha na intersecção entre tecnologia, IA e criatividade humana, que jå expÎs trabalhos na Sphere, em Las Vegas, e também no Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York.
Um dos projetos que serĂĄ exposto no novo museu Ă© o modelo de IA criado pelo prĂłprio estĂșdio. Chamado de “Large Nature Model”, ele usa imagens de natureza retiradas de instituiçÔes como o Smithsonian e o Museu de HistĂłria Natural de Londres para gerar artes Ășnicas e inĂ©ditas.

Esta Ă© uma inauguração que deve ser acompanhada de bastante polĂȘmica, jĂĄ que uma das principais reclamaçÔes dos artistas Ă© que a IA crie novas artes usando como base o que jĂĄ foi feito por humanos. No começo do ano, um leilĂŁo de obras feitas com IA deixou a Christie's em uma situação delicada: 6.400 artistas assinaram uma carta aberta pedindo o cancelamento do leilĂŁo “em respeito aos artistas humanos”. "Muitas das obras de arte que vocĂȘs planejam leiloar foram criadas usando modelos de IA que foram treinados com obras protegidas por direitos autorais, sem licença. Esses modelos, e as empresas por trĂĄs deles, exploram artistas humanos, usando seu trabalho sem permissĂŁo ou pagamento para construir produtos comerciais de IA que competem com eles”, diz a carta. |
A data exata da abertura do Dataland não foi divulgada, nem os preços.
ExpansĂŁo do New Museum — Nova York, Estados Unidos
Do outro lado dos EUA, na costa leste, a expansĂŁo do New Museum deve ser a grande adição Ă cena artĂstica nova-iorquina.
Tal como o Museu de Arte de São Paulo (MASP), que também inaugurou um novo prédio neste ano, a instituição americana visa expandir o espaço das galerias, melhorar o fluxo para visitantes e criar novos espaços para programaçÔes extras.
A ideia Ă© que o novo edifĂcio, de sete andares, se conecte com os arredores. Para isso, serĂĄ feita uma praça ao ar livre no tĂ©rreo e terraços abertos no topo, alĂ©m de um ĂĄtrio central com vista privilegiada para o bairro de Nolita, onde estĂĄ localizado.
O New Museum dedica-se exclusivamente Ă arte contemporĂąnea. A exposição que vai inaugurar o novo prĂ©dio, no Ășltimo trimestre do ano, Ă© intitulada “New Humans: Memories of the Future” e discute a condição humana frente a tantas novas tecnologias no mundo. Ao todo, serĂŁo mais de 150 artistas contemplados na nova mostra.
O museu estå fechado no momento. Quanto aos ingressos, ainda não se sabe se haverå uma alta nos preços. Antes da expansão, a entrada custava US$ 18 (R$ 99).

VersĂŁo brasileira do Centre Pompidou foi anunciado em 2025, mas sĂł serĂĄ aberto em 2027
Quando uma porta se fecha, outra se abre, diz o ditado. E, nesse caso, enquanto o Centre Pompidou vai fechar em Paris para uma reforma de proporçÔes gigantescas, uma nova filial do museu vai se abrir aqui mesmo no Brasil, em Foz do Iguaçu.
Anunciada no final de maio, a instituição só abrirå as portas em novembro de 2027.
Esta não serå a primeira incursão do museu em terras estrangeiras. O Pompidou se expandiu também para Målaga (Espanha), Xangai (China), Bruxelas (Bélgica), Al-Ula (Aråbia Saudita) e jå anunciou também uma unidade em Seul (Coreia do Sul).
A princĂpio, o museu ficarĂĄ durante cinco anos em Foz, na regiĂŁo da trĂplice fronteira Brasil-Argentina-Paraguai.
Tomando como base essa questĂŁo geogrĂĄfica, a proposta Ă© que o espaço “honre a criação artĂstica do continente sulamericano mas tambĂ©m as dinĂąmicas especĂficas desta zona da trĂplice fronteira”, afirmou a instituição, em comunicado Ă imprensa.
Ainda nĂŁo hĂĄ previsĂŁo sobre o preço dos ingressos, se Ă© que haverĂĄ cobrança. Em Paris, o valor Ă© de 4,50 euros (R$ 29) para acessar as mostras, mas as outras partes do museu tĂȘm visitação gratuita.
* Com informaçÔes do The Art Newspaper.
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